Eis o homem de Michael Moorcock
Eis o homem
(Behold the man) de Michael Moorcock é um punho fechado em
direção ao estômago. É forte, crú e deixa-nos com um gosto
amargo na boca, não pela ficção que apresenta, mas por apontar
falhas na narrativa comumente conhecida. E advirto, Moorcock não
procura ser um dedicado estudioso da matéria, ficando quase sempre
no raso setor das coincidências, dos enganos.
Na história Karl
Glogauer viaja no tempo chegando cerca de um ano antes da
crucificação do Cristo. Encontra um João Batista messiânico,
próximo de insurgir o povo contra Roma, mas não encontra o Jesus
Cristo histórico, papel que assume, em alguns momentos à
contragosto, noutros com a verdadeira satisfação de estar criando a
história.
Vencedor do Prêmio
Nebula, esta versão estendida – de conto para noveleta –
pode ser encontrada na edição da portuguesa Saída de
Emergência, que publica em Portugal As crônicas de gelo &
fogo de George R R Martin e várias outras obras de
ficção.
Não é indicado a
todos. Especialmente aqueles que imaginam haver algo sacro.
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