Superman, 10 histórias, 7ª: Superman: Doomsday & Beyond

Meu maior incômodo com A morte do Superman, que já analisei aqui sob o ponto de vista do mercado, da história e de suas sequências (clique nos links para ler) é que além de uma história risível é muito, muito, mas muito longa.

O evento A morte, em si é pequeno. Nove aventuras que duram dois meses. Depois tem o Funeral (mais dois meses), depois o Legado (um mês) e depois O retorno (quatro meses). Se alguns destes eventos tinha apenas (“apenas” aqui é usado em sentido irônico) as quatro séries do homem de aço de então como capítulos semanais, em O retorno a coisa cresceu muito, envolvendo uma série de títulos secundários da DC, em especial a série Green Lantern, onde provocou profundas alterações.

Ou seja, além de ruim a história era enorme e pretendia envolver todo o Universo DC (DCU)

Mas como não falar da Morte quando se fala em histórias do herói? Para tantos A morte foi o ponto de partida para perceber o último filho de Krypton. Para tantos foi o momento em que a Editora Abril passou a se preocupar em aproveitar o marketing e adiantar cronologias lançado (e relançado) várias edições especiais. Até hoje a história é permanentemente reeditada em vários formatos. Apesar da baixa qualidade geral a trama é de fundamental importância para o personagem.

Preferi então abordar o evento através do excelente livro “Super-Homem: Morte e Ressurreição” (Editora Abril, 1995, ISBN 85-7305-202-3), tradução de Superman: Doomsday & Beyond (Bantam Books, 1993) escrito por Louise Simonson e com arte de Dan Jurgens & José Luis García-López e capa de Alex Ross.

Louise Simonson foi a escritora da série Superman: The Man of Steel e junto com o artista Jon Bogdanove ficava encarregada de abordar histórias mais humanas do último kryptoniano. Crianças perdidas, mães famintas, drogadas e aidéticas, a questão do negro, o terrorismo, a revolta adolescente, o consumismo e tudo mais em um tom que o leitor das aventuras do homem de aço não pudesse se chocar. Além disso era também a responsável pela ligação das aventuras das quatro séries (Superman, Action Comics, Adventures of Superman e Superman: The Man of Steel), mostrando até onde cada escritor poderia ir sem interferir na trama da semana seguinte.

Considerando o ego de alguns autores, certamente não era uma tarefa fácil, o quê também não impediu tramas redundantes em alguns momentos.

O livro consegue em rápidas 209 páginas resumir toda a série de morte e ressurreição e ainda inserir na história pontos importantes de Man of Steel, a série de John Byrne que reapresentou o herói ao mundo em 1.986.

Falando de forma resumida, Simonson condensa todas estas aventuras e cria uma narrativa capaz de prender a atenção dos leitores de quadrinhos que não foram apresentados ainda aos livros. Sem nenhuma complexidade e retirando da trama personagens secundários de outras séries (como Liga da Justiça e o Lanterna Verde), Louise Simonson faz um livro envolvente, descomplicado e de rápida leitura. Por si só isto já torna o livro superior à versão em quadrinhos.

Merece a leitura.